Para homenagear este dia farei esta publicação especial à todos que gostam, amam,ou conhecem alguma pessoa com essa síndrome. Escolheram a data 21 barra 3 (referente ao mês, por causa da alteração cromossômica, que no caso do 21 são 3."SIMPLESEMENTE MARAVILHOSO!
SÍNDROME DE DOWN:
A síndrome de Down (SD) é uma síndrome de alteração genética (e não uma doença) e o diagnóstico preciso é feito através do cariótipo que é a representação do conjunto de cromossomos de uma célula. A causa da SD é o excesso de material genético proveniente do cromossomo 21. Seus portadores apresentam três cromossomos 21, ao invés de dois, por isto essa síndrome também é denominada Trissomia.
Essa síndrome ocorre em todas as raças, em qualquer classe social, e em todos os países. A relação entre alimentação, doenças ou problemas ocorridos na gravidez com a síndrome de Down são errôneas, pois a única relação reconhecida é a idade materna superior a 35 anos.
As características clínicas da SD são congênitas e incluem, principalmente: atraso mental, hipotonia (diminuição do tônus) muscular, baixa estatura, perfil achatado, orelhas pequenas, olhos com fendas inclinadas (semelhante aos orientais), língua grande, protrusa e sulcada, mãos pequenas com dedos curtos e prega única nas palmas.
O diagnóstico da síndrome de Down é realizado por um especialista da área da saúde. Feito o diagnóstico, a criança portadora dessa síndrome deve ser encaminhada o mais precocemente possível para serviços especializados que orientem os pais sobre o prognóstico e a conduta terapêutica. A fonoterapia é extremamente necessária para a linguagem, devido à língua protrusa e sulcada que o portador possui. O tratamento fisioterapêutico também é indispensável para a aquisição da força e do tônus muscular.
INTEGRAÇÃO ESCOLAR
A criança portadora de síndrome de Down na maioria dos casos possui temperamento afável e demonstra-se interessada em participar do ambiente ao seu redor, o que intervem na sua socialização. Mas mesmo assim, existem casos em que o Down é um indivíduo agressivo, resultante na maioria das vezes de uma educação baseada na superproteção e na satisfação de todas as suas vontades. Por isso é de suma importância que a criança Down tenha uma educação também permeada nos limites e nas regras.
Por apresentar dificuldade na fala, a criança Down apresenta um vocabulário mais reduzido, o que interfere diretamente na relação expressar o que compreendeu. Outro fator que dificulta esse processo é a capacidade de memória auditiva de curto-prazo, predominante nessa síndrome. O mesmo dificulta a compreensão de instruções oralizadas, especificamente as que são de ordem consecutiva.
Diante disso, o profissional da educação pode auxiliar no desenvolvimento da criança portadora dessa síndrome através de signos visuais, como o gesto e a imagem (a ilustração, o objeto, a foto) para exemplificar as instruções orais; a fala precisa ser em turnos simples. O mesmo deve ocorrer quando essa criança quiser comunicar algo ou quando sua comunicação for solicitada por parte do profissional, ou seja, a criança necessita da oportunidade de expressar a sua compreensão através do gesto, quando não for possível através da oralização.
Isto não quer dizer que a criança, portadora de síndrome de Down, deva se expressar somente através do gesto. A estimulação da linguagem oral, nesse caso, é uma das funções do profissional da educação.
Gesto, imagem e fala propriamente dita são aspectos inter-relacionados e por isso no desenvolvimento das atividades pedagógicas precisam ocorrer juntamente. Quando o profissional da educação fornece alguma instrução para a criança, sendo ela portadora de alguma necessidade especial ou não, faz-se necessário que gesticule e mostre alguma imagem relacionada.
Assim, teremos a inclusão social, porque as crianças estarão convivendo com o conhecimento de distintas formas, mas a compreensão ocorrerá individualmente e de maneira também distinta. Esse é o diferencial para a efetivação de uma inclusão social: a compreensão das áreas do conhecimento através de inúmeras possibilidades para que todos possam se sentir sujeitos ativos e parceiros do processo de aprendizagem.
Se o portador de necessidade especial for encarado como diferente e que necessita de um acompanhamento totalmente diferenciado dos demais, não fará sentido algum a sua inserção no âmbito escolar, pois será excluído novamente.
Algo que merece destaque é a compreensão de que a criança Down é um sujeito como qualquer outro, portador de uma realidade sócio-histórica, e as interações sociais influenciarão no seu desenvolvimento que potencializarão ou minimizarão as capacidades de aprendizagem. Sendo assim, o desenvolvimento e a aprendizagem do portador de Síndrome de Down será mais eficaz quanto maior compreensão se possuir sobre a concepção dessa, ignorando os estereótipos.
Dentro dessa perspectiva, a criança, portadora de síndrome de Down como de qualquer outra síndrome, deve estar inserida no âmbito escolar e vivenciar a diferença com vistas a uma aprendizagem pessoal que ocorre primeiramente através da interação com o outro.
SUGESTÕES DE ENCAMINHAMENTOS PEDAGÓGICOS
- Elaborar juntamente com as crianças placas de identificação das diversas rotinas realizadas no contexto escolar. Essas devem conter imagens retratando a rotina e a linguagem escrita, dispostas em forma de varal, ao alcance das crianças. Dessa maneira a criança portadora da síndrome de Down poderá utilizar os gestos para expressar o que gostaria de realizar. Vale atentar que as placas devem ser colocadas todos os dias no varal com a participação das crianças, utilizando a linguagem escrita e a linguagem visual para demonstrar cada rotina. Assim, aos poucos, a criança síndrome de Down perceberá que é possível se comunicar através da linguagem oral (fala) da mesma maneira que a linguagem gestual.
- O profissional da educação (professor) deve evitar a correção da linguagem oral desvinculada de qualquer ação, ou seja, solicitar que a criança Down repita diversas vezes a sentença correta da frase. Caso a criança pronuncie a sentença de maneira incorreta, o profissional deve repetir a frase de maneira correta em forma de pergunta. Exemplo: a criança Down diz: Aqua (referindo-se a água) e o profissional fala: Você quer tomar água? Dessa maneira a criança terá possibilidades maiores de compreensão sobre a pronúncia correta da linguagem oral, pois perceberá que a mesma tem uma função social. Vale atentar, que esse trabalho deve também ser realizado com as outras crianças.
- Na realização das atividades pedagógicas é de fundamental importância que o profissional utilize a linguagem oral sempre acompanhada da linguagem gestual e de objetos concretos para uma melhor compreensão dos conteúdos desenvolvidos. Os gestos devem ser executados de maneira clara e coerente para que sejam entendidos pela criança Down e pelas outras também.
- A realidade em que a criança Down está inserida fora do contexto escolar influi no resultado do processo de aprendizagem e desenvolvimento. Por isso o profissional deve tentar sempre descobrir a realidade que a criança vive fora da sala de aula e os conhecimentos que possui para então, partindo desses, integrar conhecimentos novos.
- O diálogo com os pais da criança, portadora da síndrome de Down, é essencial para obter melhores resultados. O profissional da educação, os pais e os especialistas (fonoaudiólogo, fisioterapeuta, etc) devem trabalhar de maneira interdisciplinar, ou seja, trocarem constantemente informações, seja por e-mail, telefone, carta ou pessoalmente, os avanços e as potencialidades que a criança Down pode alcançar. Assim, todos serão auxiliadores no desenvolvimento e na aprendizagem dessa criança.
- Em virtude da criança Down apresentar hipotonia (diminuição da tonicidade muscular) é aconselhável que o professor utilize massa de modelar e/ou argila inúmeras vezes para que ela possa manuseá-la e assim aos poucos adquirir o tônus muscular. Outra maneira importante para também estimular a tonicidade muscular é a realização de dinâmicas de grupo que envolva contato físico, como por exemplo: massagem. Essa deve ser realizada envolvendo todas as crianças e o professor.
Sites de pesquisa: www.cerebromente.org.br
www.centrus.com.br
www.pedagogiaemfoco.pro.br